01 outubro 2006

Pedagógico


Ele não gastava o seu tempo a fazer dinheiro mas a criar materiais de apoio escolar para os seus alunos, em suporte de papel e numa catrefada de power point's. Gastava os intervalos a esclarecer dúvidas e a inteirar-se dos sentires daquela população.

Era tão empenhado na sua profissão que até quando espairecíamos despidos da cultura das roupas fazia questão de se encavalitar em perfeitas figuras geométricas e de garantir um perfeito ângulo de 45 graus para aquilo que se convencionou chamar imperial de joelhos. E traçava primorosas circunferências com a ponta da língua em tudo o que em mim se assemelhasse a bicos de lápis.

Fosse em casa, no restaurante ou na esplanada do café, teimava em que me dar explicações detalhadas das suas actividades para valorizar o ensino da matemática e motivar os estudantes para a matéria.

Foi por isso que com ele partilhei a minha recordação de um professor de matemática que de mão enterrada no bolso nos repetia que nos agarrássemos à matéria, pelo que em honra dessa imagem guardada alvitrei que o maior incentivo que me podia dar era usar mais comigo o material pedagógico para eu absorver os conteúdos.

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