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19 setembro 2005

Cobertores com amostras de ADN

Quem tem ido aos Encontrões da funda São conhece já de ginjeira os mundialmente famosos cobertores do porta-bagagens do carro do Jorge Costa.
Tentámos averiguar se haveria mais adeptos da Prevenção Fodoviária Portuguesa (tenho que anotar esta, que saiu bem). O Charlie falou à nossa repórter de interiores:
charlie: Há cobertores que ficam perfeitamente de pé sem auxilio de mais nada que não seja a carga de ADN que as embebe. Lembro-me de um desses que tinha em Paço d'Arcos, no porta-bagagens de um dois cavalos.
São Rosas: Falas com nostalgia do teu velho cobertor erecto.
charlie: Como tu me compreendes, São. Quando se começa a vida numa arte, ela morre com a gente. Eu não me importava nada de entregar a alma ao criador como a minha velha manta.
São Rosas: É mesmo. Esse cobertor viveu e morreu a proteger buracos.
charlie: E era assim de cor parda. Um pedaço de manta rodeado de obras de arte abstractas por todo o lado. Quando lhe pegava, parecia uma tábua.
São Rosas: De que cor era?
charlie: Posso descrevê-la? Então era assim. Em tempos deve ter tido uma cor qualquer. Quando vendi o carro, estava a forrar um buraco no chão debaixo do lugar do pendura. Vocações que ficam até quando parece que já não tem préstimo.
São Rosas: Que pena não a teres guardado. Isso merecia ser exposto como obra de arte.
charlie: Se ainda a tivesse, era já a seguir o concurso de mantas tesas... hehehehehe...
São Rosas:
Ainda estás apaixonado pelo cobertor?
charlie: São Rosas, Isso foram coisas que já lá vão. Eu vivo uma relação perfeita com a minha namorada, há 26 anos em eterna lua de mel. Mas que a manta parecia um pau, lá isso parecia...
São Rosas: Charlie, dá-me a impressão que vamos ter que fazer um concurso de erecção de cobertores entre ti e o Jorge Costa (e mais q'haja).

09 abril 2008

Incesto

Foto: defamer.com.auJá ouviste falar de John e Jenny Deaves, um pai e a sua filha, que vivem maritalmente na Austrália e têm uma filha biológica?
Segundo o blog defamer.com.au, tiveram outro filho mas morreu de doença cardíaca congénita.
Lê a notícia no «Expresso» e depois vem aqui dar a tua opinião.
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São Rosas: "Que pensas sobre isso, Matahary? Eu nem sei o que pensar..."
matahary: "Por acaso, não penso nada. É lá com eles. Mas, não acho que seja crime, muito menos com direito a prisão perpétua."
Charlie: "A natureza tem mecanismos invisíveis para evitar as relações incestuosas. Procuramos os genes diferentes dos nossos, excepto se não os houver. Algo funciona mal ali."
matahary: "Como houve algo que na natureza funcionou mal, aprisionamos as pessoas para toda a vida? São criminosos? Não me parece. Ninguém fala em aprisionar pedófilos para toda a vida, pois não? E, pelos vistos, nem sempre os filhos destes nascem deficientes (esta é, dizem, a grande razão para condenarem relações entre irmãos, também)."
Charlie: "Minha querida Matahary. A condenação social das relações incestuosas é de antanho e independente de considerações de ordem moral. A consanguinidade arrasta sim complicações de vária ordem. Mas, e à luz duma sociedade pretensamente avançada e baseada em valores humanistas, penso que a prisão é totalmente deslocada. O incesto é certamente um assunto merecedor de trato diverso.
matahary: "Se, por exemplo, os irmãos ou pai/filha, disserem que não querem filhos, qual é o problema, senão moral?"
São Rosas: "Pois... ou se fizerem exames (ao sangue e outros) e não houver incompatibilidades?"
Charlie: "O moral tem duas vertentes: Uma que resulta da nossa convivência de milénios, fundamentado nas leis naturais: Outra é a que deriva de anquilosamentos hipócritas. Sexo entre irmãos não é novidade."
matahary: "E entre pai e filha, é?! Assumida talvez, porque de resto...
Charlie: "Mas não considerando crime, o sexo entre parentes próximos, sou no entanto a considerá-lo um desvio do curso natural: O grito dos nossos genes pede genes diferentes. É das combinações que evoluimos. E quando falo em evolução não me refiro apenas aos enriquecimentos genéticos da nossa prole, mas os duma forma íntima quando encontramos esse alguém que completa a nossa ânsia de sermos mais.
matahary: "Mas, parece-me que aqui, e o caso da Irlanda também, essa coisa da natureza afinal não resultou. Às vezes, fico a pensar se não somos nós que fazemos esta coisa da «natureza», porque «natureza» aqui, quer dizer «natural» e está mais que provado que o que é «normal» aqui, pode não ser na China ou há 1000 anos."
osbandalhos: "O grito dos teus genes pede-te genes diferentes? E o meu que só me pede chá e torradas..."
São Rosas: "E... eles não podem assumir que... não querem fazer evoluir a espécie?"
Charlie: "No limite e levados pela complexidade da nossa etapa de evolução intelectual podemos acreditar e até fingir que o sexo é apenas poesia, independente da propagação da espécie, mas a verdade biológica não é essa. A finalidade verdadeira, animal e fundamental do sexo é a propagação do nosso ser enquanto espécie. É claro, querida São Rosas, que durante os milhões de anos de evolução, o cérebro tomou as rédeas ao instinto. O sexo, supremo prazer, tornou-se voluntário, imagético. Sobrepondo-se - embora não liberto- dos ciclos hormonais. E mesmo por ser mais cérebro que função, é que me espanta que em vez de ser conquista e expansão, se revele nos incestos, um mergulho em si mesmo,um recuo que me traz qualquer coisa a regressão ao estado fetal uterino, como disse: regressivo e contra-natura."
matahary: "Repara: é contra-natura para ti, mas não é para quem está envolvido no assunto. Para esses, contra-natura seria viverem amargurados para o resto da vida sem poderem estar com a pessoa que mais desejam. Se a memória não me falha, em Portugal casamento entre tios/tias e sobrinhos/sobrinhas não é permitido, mas em Espanha já o é. Com certeza que o legislador bem muito boas bases para suportar ambas as Leis, provavelmente, baseadas na natureza. E, notem bem, estou à-vontadinha para falar sobre este assunto, porque, sinceramente, os meus irmãos e pai são homens que não fazem o meu género. Até vou mais longe, eles encarnam tudo o que eu não «escolheria» (e não escolhi) num homem, em todos os aspectos. Mas, posso compreender bem a ausência de liberdade para aqueles que a Lei e os bons costumes não permitem uma relação aberta. Creio, sinceramente, que o «problema» é deles e não tenho que me imiscuir, uma vez que são adultos e têm livre arbítrio.
Nelo (http://afundaçãomelhérescazadebroshefutbolclubepontocome): "Eu asho ca nina Matere teim rasão... Per ezemples, á muinta jente que dis queu çou comtra a natura, mazeu çei du queu goshto e fasso-o mejmo ao natural..."
O Criminoso: "E eu que pensava que o Woody Allen era esquisito... Apetece-me dizer... ÁÁÁRALHUU!"
Charlie: "Bem, e pondo de lado as divagações de tom rosa livre de que o Nelo se envolve, sou a dizer dum modo geral, e em especial à Matahary que somos todos, mas mesmo todos feitos duma selecção de valores de que alguns pensadores chamam de determinista, de tal forma as linhas mestras - que definem as diversas e pretensas excelências, são tal como se fossem pré-programadas por uma inteligência cósmica e superior para a qual caminhamos, irregularmente sim, mas, dizem eles, de forma certa e quase inconsciente, mas sempre por entre avanços, recuos e reprogamações, a caminho duma superconsciência.
Outros pensadores situam-se nos antípodas e toda e existência é um acaso nascido do caos e onde as leis da física universal são apenas meros aspectos menores retirados dum contexto vasto e que servem a estreiteza da nossa compreensão..
As correntes de pensamento são todas perfeitas defendidas em tese, e a perfeição da argumentação é-o de forma transversal e comum a toda essas correntes filo"
A Nónima: "Correntes filo?!"
Dina: "Entre pais biológicos e filhos...acho repugnante!... É certo que o casal em questão não se via há muito tempo, mas, ainda assim... Somos animais como todos os outros, é certo, mas, na minha modesta opinião, a nossa racionalidade deveria, nestas situações, vincar as diferenças. Saliento que este comentário serviu somente para contribuir para o debate, quem sou eu para julgar alguém.
Charlie: "Boa malha, Dina. Para a São: PORRA QUE FICO REFODIDO COM ESTA XARENGA QUE MAL DÁ PARA DOIS PARÁGRAFOS («prontes», já me passou a zanga). Mais logo já escrevo o que tinha no pensamento."
The F Word: "Parece-me que a questão deve ser dividida em dois aspectos. As razões de ordem física, como a consanguinidade e consequentes problemas de saúde da eventual prole, que são de facto incontornáveis. Depois, a parte ética e emocional, que não deve ser vista, na minha modesta opinião, segundo uma óptica social, com regras estabelecidas sobre o «certo e o errado». Acho que cabe aos envolvidos decidir se, apesar dos laços sanguíneos, existem razões muito deles para manterem uma relação deste tipo. A repugnância que sinto ao imaginar uma relação com o meu irmão é apenas minha, não posso, julgo eu, alargá-la a outras pessoas. Assim como não posso decidir acerca de vontades de pessoas adultas, desde que estas não prejudiquem outros que não apenas a si próprios."
Pedro Oliveira: "Sou contra o incesto. Aliás, nunca gostei de basquetebol."
Senhor Pedro Seriamente na Boa: "Acho um nojo."
marido de sogra: "Eu sei de um caso de alguém que se divorciou para casar com a sogra."
toonman: "Tendo em conta o sítio onde a coisa aconteceu, o tipo não se ter casado com uma ovelha já é uma grande ousadia.
Incesto é o que há de mais no outback, e enquanto o resto do mundo andava a gritar «revolução», não se esqueçam que os antípodas ainda gritavam «evolução». A gaja mais próxima morava a 300 km. E o senhor ainda não tinha desenvolvido os polegares oponíveis que lhe permitiam a condução de um veículo automóvel.
Mano 69:
se não cricares na imagem não vês a ponta de um corno (mas podes sempre orientar-te pelo outro)
Pedro Oliveira: "Se eu descobrisse que a Angelina Jolie era minha mãe queria continuar a mamar, mas olhando para o casal da fotografia acho um nojo. ehehheeh"
duke: "Aqui na terrona há uma frase musical de uns camaradas denominados «titãs», década de 80, se a memória não é falha: polícia para quem precisa de polícia."
matahary: "Bom, creio que àcerca de consanguinidade é duvidoso, uma vez que eles têm uma filha perfeita/normal. E não será o único caso. Sobre a racionalidade, a senhora (filha) diz que não o vê como pai. Nós é que os vemos como pai/filha, daí este juízo. Há alguns anos não queriam que casais cegos tivessem filhos, eram até marginalizados, por a sociedade achar que era errado; o certo é que há casais cegos que têm filhos que não o são! Por outro lado, as mulheres de sangue negativo também não deveriam poder casar com homens com sangue positivo, mas casam-se, e mais outros tantos exemplos onde a genética de facto tem influência e nem por isso deixam de fazer a sua vida como pretendem, casar e ter filhos. Aqui, para mim, o assunto é apenas moral."
São Rosas: "Ouvi alguém perguntar: «E quem garante que ele é mesmo o pai dela?...»"
matahary: "Já devem ter feito os testes, não? Se olhares bem para a foto, a cara d'um é o cu do outro."
Dina: "De facto, ela diz que «não o vê como pai». Alguém por acaso já lhe aconselhou uma visita ao oftalmologista?... Se tivesse oportunidade de questionar a senhora, perguntar-lhe-ia se ela também concorda com um futuro envolvimento entre a filha de ambos e o próprio pai/avô?"
matahary: "Não me parece que a pergunta seja essa, porque estás a colocar-te no lugar da mãe dela, ou, no lugar da mulher dele. Aliás, fosse quem fosse, filha ou não, com certeza que a mulher dele não gostaria que o marido fugisse e a deixasse (que foi o que aconteceu, se não estou em erro), certo? Ou seja, ela não gostaria que nenhuma mulher do mundo tivesse um futuro envolvimento com o marido dela, fosse filha, irmã, vizinha ou sogra. Mas, para um povo que raptou tantas crianças de um outro povo, este caso de incesto não é absolutamente nada! Pouca ou nenhuma moral terão para dizer que estão preocupados com a criança nascida desta relação."
Dina: "«Não me parece que a pergunta seja essa...» Ai não?! Oh sorte malvada, não acerto uma!... Opá, Matahary, estás à-vontade para colocar as tuas, né!... Há uma coisa que ainda ninguém disse: tanto homem no mundo, havia necessidade de recorrer a um em 2.ª mão... ou será 1.ª?... Agora fiquei na dúvida..."
Charlie: "Dina, aposto como ele lhe diz: «Ai filha...»"
marido de sogra: "Foto do genro e da sogra casados:"
crica para ampliares o amor entre este genro e esta sogra

06 setembro 2005

Sexo de OrCa

O Charlie pensava que o Dom OrCa era fêmea. Odeu-se:
Não me confundam, carais,
ou então não odo mais!
que se orca é comum de dois
são os dois tomates, pois!
O Charlie safodeu-se:
Se é então gentil homem,
Os perdões mil eu lhe peço
Neste blog Sanctus Rosum
em todas as coisas tropeço

Ele é gente que se Nelo
E outra louca cheio d´azia
Se uma Orca "comtemplélo"
Vejo num Manuel... Maria!

Já que Orca é mulher
é assim a palavra grata
Mas sei hoje o que quer
É como eu amante da rata

E na rata quero ter
toda a minha ilusão
Viva tudo o que é mulher
Nunca nos falte o tesão...

O OrCa é um homem de paz (e não é paz de conta):
cá por mim 'tás perdoado
que nem sou gajo de intrigas
que bocado bem passado
vale mais que milhão de brigas

o que mais vale como eu acho
é ter cada um seu encanto
pois sendo OrCa sou macho
sendo que o Nelo nem tanto

basta ao darmos um abraço
acautelarmos a via
e depois darmos espaço
à mais feliz bizarria

Como é possível que ainda haja quem pense que o OrCa é fêmea?!...
Momento histórico em que o Charlie abraça o OrCa

O Charlie defode-se como ode, ao abrigo do direito de resposta:
Se o Orca está feliz
É coisa que se me escapa
Não meto o meu nariz
em assuntos de panasca

Mas a mão com tanto esmero
que no grosso pernil pega
Não será da São ou Nelo
Que não dão nunca uma nega?

Porque se querem bem me ver
E em total satisfação
Colem-me a uma Mulher
Penetrando em tesão

Não há p'ra mim coisa melhor
macho e fêmea em união
P´ra penetrar com fervor
vivo eu em escravidão

Por isso agora termino
Na foto - pergunta à São
Quem é que pega no pepino?
Quem acode com a mão?

E eu não me chamasse São Rosas se me ficasse sem me vir:
Não me fodas com teu fado
E fá-lo bem mais feliz.
Como o Papagaio diz:
- Põe-lhe o caldo entornado
...
O OrCa ode à fartazana:
pronto, vá lá, eu confesso
parem lá co'a agitação
virei-me assim do avesso
p'ra acabar co'a confusão

que em geral sou recatado
ao mundo assim não me exponho
trago-o bem agasalhado
só mo vê em quem me ponho

qu'isto não é da Joana
nem da Pensão da Pacheca
cuido bem da traquitana
sempre quentinha e bem seca

expô-la?... só a preceito
humidades?... da função
e só quem for a meu jeito
há-de pôr ali a mão

por isso descansa, Charlie
não te apoquentes, tem calma
mais depressa monto a
Harley
do que te cobiço a palma...

19 novembro 2005

Ostracizar - por Charlie

O Charlie foi acusado de ostracizar a Maria. Ao abrigo do direito de resposta, ele ode:

"Jamais seria capaz de tamanha desfaçatez.
Se há coisa que gosto é de uma bela ostra aberta.
Como a natureza fez.
Sem outro enfeite aromático que não seja um pingo citrino.
A atiçar o desejo de uma língua gostosa, que após a salivação inicial lhe toma todo o corpo em lances de interioridades abrindo, isso sim.
Vontades de sabor e continuar as aberturas...
E provando sempre mais e mais mar e limão
Sentir o conforto de num golpe de mão
Engolirmos com elas o gozo das funduras


Charlie"

A Maria abre a concha e mostra que sabe:
Das Ostras, já o sábio
dizia, e com razão:
- Mais vale uma ostra no lábio
do que uma casca na mão...

Por isso manda a sageza
abrir a casca sem medo
Deixar pingar a ostra é destreza!
Lamber o pingo... é o segredo...

O Charlie ode esta sabedora dos segredos da dita:
A mulher, esse Ser sensível
Dos saberes, nem se suspeita
Tem na ostra, a parte visivel.
Das funduras de que é feita

Todo elas em areias
em espumas e ondeares
Mergulhamos toda a vida
Não lhes terminamos os mares

Um eterno de sabores
Infinitos em gostosuras
Sonhos línguas e suores
traz a Ostra das funduras

E é tudo o que se quer
quando um pingo alí à mão
Nos traz sonhos de mulher
Mar e sal em gosto de limão

23 julho 2009

Prenda especial para o Charlie

Eva «Tundi» Horvath dança (chamemos-lhe assim) ao som de «Psyché Rock», de Pierre Henry. Guarda objectos que possam cair com abanões!


______________________
Como diz a Paula Raposo, "Não duvido que exista quem goste!"
É o caso do OrCa, que ode tudo o que mexe:

"enorme - brutal - ingente
mamalhão latifundiário
mamas assim nem são gente
são bossas de dromedário

gostava de a ver no metro
Lisboa em hora de ponta
vá de frente ou vade retro
onde encaixar tal afronta

aquilo não é um peito
é coisa mais sideral
mete-nos susto e respeito
p'ra lá do fenomenal

imagino a agonia
se por baixo eu me pusera
morrendo de asfixia
esmagado por tal fera

são alemães os melões
estes mercedes mamários
darão bem p'ràs provisões
de mais de mil usuários

e nem parece que sejam
algo assim siliconado
estão ali p'ra que vejam
o que é ser sobredotado..."


O Charlie faz-se esquisito (acha que as mamas estão verdes, não prestam, só os cães as podem tragar):

"Ai este Orca que com a São
me enchem o cais de vel' em prumo
digo-lhes entanto que não chegais
aos navios da Gota, esses sim um sumo.

Que se a fruta se quer alta
mas à mão dum breve esticar
Quando cai assim é certo que mata
Esta sede que desejo farta
Mas só ao ponto do meu saciar."

O OrCa nunca se satisfaz só com uma ode:

"ai que sacia, sacia
e se queres experimentá-lo
com três chupões ela avia
quem ousar ir lá cantá-lo

aos quatro é inundação
espirra que é um gosto
é mesmo bom tê-la à mão
em caso de fogo posto"

O Charlie bem tenta desvalorizar a mercadoria (ou melhor, o par de mercadorias) mas parece que está hipnotusado:

"ai que sacia, isso sacia!
É palavra Douta e Orca
Mas não quero experimentá-lo
deixo-a de gosto à tua porta
E aos três chupões que avia
quem ousar ir lá cantá-lo
Digo-te: antes melancia
Que perder por lá a minhoca."

Abençoadas tetas que até o Santoninho as ode!

"Nem bossas de dromedário
que apontam para o céu...
e, mesmo cobertas c'um véu,
são mamas de campanário!

Ingentes... in tu mescentes
Prenhes de líquido orgânico,
De um ordenhar mecânico...
precisa que lhe acrescentes!

Eléctrico, a pilhas ou a gás,
em organdi, máscara, na tromba...
E co'a docura de uma pomba,
Sacar-lhe o vírus... e zás!

Depois, uma branlette à espanhola
Que, aquilo, só para isso serve...
E então, fenece-nos a verve...
E dá-nos um tesããoo na tola!"

10 abril 2008

Despertar em ti

Foto: daqui


Há um dia
em que o sol
a romper o horizonte,
resume toda a eternidade
na espera desse instante
para o qual foi programado.
Esteiras de fogo estendem-se até à praia
e o dia já não existe mais,
Todo o corpo é pasto do mar
e as estrelas sabem
que são a areia do céu
perdidas em brilhos
sob o suave toque duma mão.

E das ondas que remansam,
quentes na pedra fria dos corpos,
sobe um fio do olhar...
Finam-se em gotas
os restos de lua.
E tudo sobra
Nos lábios
onde o horizonte
se afoga no sonho dos lagos...


________________________
O Falcão dá-lhe com o verdasco:
"Ouve lá ó Charlie, meu caralho! Tu andas bem, foda-se?! Mas que caralho de poesia é esta? Vá! Toma lá uma e aprende, caralho!

Aqui há atrasado,
quando ia pró pinhal
Encontrei uma cachopa
Filha do Toino. Sabeis; a tal.
Tinha farta pintelheira.
Mas é coisa do passado
Desde que dum dia foi ao Porto,
Veio de lá com o pito rapado.
Deu-me certa confusão
Logo na primeira vez
Mas depois de a papar
E tornar o pito comer
Já me dá o tal tesão
que tinha de antemão,
quando o pito era de ver.
E lá fomos pró barraco
onde tenho um belo pipo
A chouriça é por lá mato
A broa intão, nem lhes digo,
O esperar, é um castigo
e logo pimba, dei-lhe o trato.
Foi um pingo de verdasco
e dentada em gosto de fumeiro
depois da broa ter sido primeiro,
repetiu-se a rodada
e foi foda bem mandada
no sofá que era braseiro
E é disto que o Falcão gosta
Dumas fodas do caralho
E não de coisas que apostam
em lagos, luas, sol e lagos

Ora toma lá e aprende, cum filha da puta, caralhos te fodam e refodam, ó Charlie do caralho."

10 junho 2006

a hora do castigo

raim's blog

Apresenta-se o Charlie:
Ando com falta dum castigo
De me deitar nu numa cama
Entregar o corpo ferido
Ao calor de quem me ama

Sentir-lhe toda fogo nos braços
A encher-me de mordeduras
E deixá-la enquanto me desfaço
Em carícias e ternuras

Deita-me pois inteiro ao chão
Com ar firme castigador
Pega-lhe com toda a mão
Mete-o na fonte do calor

Sou assim o castigado
De peito voltado ao céu.
Ela em mim em chicotadas
Com o chicote que é o meu.

E Masoch agradecido
Por tamanho sofrimento
Digo: - Filha, não o poupes
Aproveita o comprimento.

Dá-lhe forte, espreme-o bem
Não o deixes sem castigo
Que mais logo fica sem
O recheio que o faz comprido.


São Rosas:
Charlie, todos te aplaudem
Ninguém há que te apupe
Quando amável perguntas:
- Filha, queres kêtchupe?


OrCa:
Charlie, com tanta ovaSão
com tais dotes de Parnaso
se queres kêtchupe da São
'inda entornas maionese...

e de tanto que se arrima
sem qualquer comedimento
porra, saiu manca a rima
por ter tanto condimento...


São Rosas:
OrCa, és bom cuzinheiro
Condimentas bem as ratas
És um mestre até no cheiro
Do bom bacalhau co'natas!

21 maio 2006

Olhar... - por Charlie


in «lirismo minimalista»
foto Roberto Castiglione in imagens

Nesta noite...
Serei a estrela
de fogo
Que arde nas chamas
do teu mar.
Serei vento e areia.
Cascata e catedral
Serei tudo e serei pouco
Serei a luz que te incendeia
quando este navio que vagueia
se afundar em mãos de maré cheia
nos desejos loucos do teu olhar...

Charlie

Ode o OrCa: "Charlie, muito bem esgalhado, esse.

Com cumprimentos (feitos à mão, claro)

ó mão que me apontas o que tapas
e destapas o que a ponta me apoquenta
mas que ponta que me dás se te destapas
e arrefeces onde o meu olhar se esquenta

ó mão entre as pernas perturbantes
por tu antes percorreres fios de seda
se mergulhas nos refegos coleantes
deixa-me sorver-te o mel dessa alameda"

14 janeiro 2006

Faduncho triplicado do chuleco entradote - por Charlie

Preparem-se que no próximo Encontra-a-Funda o Charlie, mais conhecido como Rouxinol da Planície, vai cantar e tocar esta fado (anotem que é em LÁ maior):

Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
Compro tudo já feito
Uso gravata encarnada
E levo tudo a direito
Seja largo seja estreito
Não se me escapa nada

Já tive vida de casado
Mas puseram-me a mala na escada
Aaaaaaaiiii...

Eu sou o bigodinho-faz-me-jeito
Com trabalho não me ajeito
Uso gravata encarnada

O meu tempo é pensar e a ver
O que menos posso fazer
Para o pirolím cantante
E logo a seguir a uma tanga
Sai depois uma zanga
Fico olhando mais adiante

Ao atravessar o largo da estiva
Ajeito os punhos da camisa
Aaaaaaiiiii...

Eu sou o bigodinho-faz-me-jeito
Tenho o mesmo direito
De aspirar o ar da brisa

Na casa de fado ao lado
Do meu sótão forrado
com figuras bizarras
É pr'onde eu levo as garinas
Onde as papo clandestinas
Gemendo os sons de guitarras

E foi aí que aconteceu
Nem quis crer no que aquilo deu
Aaaaaaaaiiiii...

Eu que levo tudo a direito
Nesse dia que enjeito
O tesão se perdeu.

Mas logo busquei a solução
Não se perde o homem não
Quando o não tem direito
Abri-lhe as pernas ao meio
Sessenta-e-nove sem mais paleio
O bigodinho fez-me jeito


E sempre daí em diante
Não mais passei pelo minguante
Aaaaaiiiiii...

Agora, largo ou estreito
Vai tudo a preceito
Logo depois do voo rasante.

Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
O minete não rejeito
Não mais me falhou nada
Afundo de queixo no estreito
O bicho avoluma no peito
E depois vai de enfiada

Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
Seja largo seja estreito
Não se me escapa nada
E compro tudo já feito.
Levo tudo a direito
Uso gravata encarnada

Charlie

12 dezembro 2005

Amor... didela* - diálogo de surdos-mudos entre Charlie e Corpos e Almas

A Corpos e Almas ofereceu-nos um pouco de espírito natalício:

O Charlie odeu-a:
Obrigado Corpos e Almas
Como tu me entendes
A falta que sinto dum Natal à maneira.
Onde os flocos ardentes
de neve quente
Cobrem de calor
a alma da gente
Num corpo perdido
Em mulher bebedeira

A Corpos e Almas deu uma tampa natalícia:
Ó Charlie
a falta que eu sinto
de um calor à maneira
mas perto de ti
só se acenderes a lareira

*reconheçam que está um título bem esgalhado

16 agosto 2005

A Mulher - por Charlie

Ferida que rói por dentro
Que tem cura no teu corpo
Mas mal te largo um pouco
Rasga mais e mais profunda
Em vales de ilusões, ardendo sem cura....
Morrer por amar é loucura
Mas viver por viver nunca!
Antes quero já ensandecer,
E chamarem-me criatura louca
Que viver sem a paixão Mulher
dos beijos loucos da tua boca...

Charlie

Boas férias, Charlie!

10 novembro 2005

O café - por Charlie

Entrou no café sem quase olhar para ela. Na mente passam-se coisas estranhas, as ideias correm em riachos juntando-se em cursos de ideias que se precipitam, ora em cascatas para grandes lagos, ora se diluem em gotas, absorvidos pelas margens escuras correndo subterrâneas para reaparecer noutros contextos em nascentes que nos deixam a sensação de experiências novas, mas de sabores anteriormente vividos.
Aproximou-se do balcão e mirou-a.
Desta vez os olhos pousaram no discreto decote que se prolongava em sonhos e formas correntes debaixo da roupa. Atravessando galerias escondidas na mente, espreitando aqui e ali à superfície e surgindo em fontanários de brilhos de lascívia e gostos que se descobrem na saliva e que saboreamos na nossa boca num beijo sonhado.
Deteve o olhar perdido e desfocado vendo através dela a nudez que lhe brotava num borbulhar de fontanários escorrendo-lhe por dentro.
Os olhos já não viam. Era todo o seu corpo que absorvia o reflexo da luz que o corpo dela emanava.
Acordou de repente.
- Um café, por favor.
Ela olhou para ele. Aproximou-se da máquina e os seus olhos ao abaixar-se detiveram-se-lhe por um instante na confluência das pernas das calças.
Colocou a pega no moinho e retirou a dose do veneno preto com que nos habituamos a drogar os neurónios. Pensava nele em poesia e afecto. Um abraço terno e umas palavras que fazem estremecer uma mulher por dentro. Fazendo correr o sangue a ferver pelas tubagens e válvulas do querer, e explodindo em vapores escaldantes no meio de braços, pernas e sensações tão sublimes como intensas...
Desligou o manípulo e algumas gotas mais caíram ainda em metáfora de êxtase para dentro da chávena.
- Está aqui o café. Quer açúcar ou prefere adoçante?
Ficou calado.
Pensando.
- Comia-te toda, mesmo sem açúcar. Entrava-te nessa boca em língua de fogo. Despia-te essa blusa. Levantava-te a saia, puxava-te as cuecas e enfiava-to todo, enquanto te mordia o pescoço e descia para as mamas... - Acordou do breve sonho e, focando a vista nos olhos dela, reparou como eram lindos. Como os lábios eram sensuais e brilhantes e como o peito subia ao ritmo da respiração.
- Pode ser açúcar.
Olharam-se mais uma vez.
Ela pensando numas palavras doces, num beijo terno, num abraço quente como o toque do café nos lábios e os ouvidos a mergulhar num poema dito em voz baixa, a fazer vibrar a alma.
Ele em como a violaria em qualquer cantinho que se proporcionasse...
Bebeu o café, pagou e foi-se embora.
Enquanto abalava ia murmurando para si.
- É o que todas querem. Pau! Bem aviadas e fodidas....
Ela ficou olhando para ele que se afastava. Abraçou-se e sentiu nas mãos, que tão bem conhecia, o calor de um poema que se diluía lentamente na luz do dia que entrava pela porta...

Charlie

A LolaViola revela-nos o final na perspectiva do lado de trás do balcão:
"Ao vê-lo afastar-se mais uma vez penso:
– Gostava de ser mágica para te deitar no café os sonhos com que povoas as minhas noites. Gostava que me visses por detrás dos aromas dos cafés das manhãs. Gostava que agora olhasses para trás e me sorrisses. Gostava que corresses para mim e me dissesses no fundo dos meus olhos «Quero-te toda, nua, minha...».
Ele não se virou para trás. Ela suspirou. Tinha bicas para tirar, o balcão para limpar. Guardou o sonho no bolso do avental. Tornou-se invisível e anónima como uma miragem".


O Charlie não se podia ficar sem se vir de novo:
"Ele à porta acendeu um cigarro. Olhou para o céu e para o dia claro, que se ia tornando frio, com uma luz difusa como as ideias que o povoavam.
Deu dois passos e tossiu.
- Qualquer dia - pensou - entro ali quando não estiver ninguém e atiro-me a ela. Abraço-a e digo-lhe ao ouvido o quanto penso nela todo o tempo. Como a desejo... Já pensei nisto várias vezes e calo-me, mas a próxima vez é que vai ser...
Sorriu e atravessou a rua. Ainda antes de chegar ao lado oposto olhou para trás.
Lá ao fundo estava ela. Bolso no avental, olhando para o mesmo vazio que cruzava com o seu olhar..."


O Mano 69 acha que faz falta um final feliz:
"Quando acabou de sorver o café notou que algo se passava no seu corpo, uma sensação de absorção mas ao contrário. Olhou lívido para ela, como que a pedir ajuda, sabendo no seu íntimo que só uma larada podia obviar as consequências que já se faziam sentir. Agora sabia como é que o magma ardente subia, subia sempre até à boca do vulcão para depois ser expelido com força, quase ejectado, descendo posteriormente a encosta a rebolar até perder a força cinética.
Acabou-se o tempo, acabaram-se as lucubrações infinitesimais. Quando se moveu sentiu que os pés se moviam mais rápido que o corpo e um odor, um cheiro nauseabundo vindo das suas entranhas, levou-o a cambalear de encontro ao balcão. Olhou para ela, lançando-lhe um SOS pestanejado. No entanto, do outro lado do balcão a resposta foi apresentada na forma de uma esfregona e um balde de água tépida".


A Encandescente propõe um final alternativo:
"Parou à porta, olhou-a através do fumo... Ela parada e ele pensando «querem todas o mesmo, como a Lisete» e ela pensando «ele não me diz nada» e ele vendo a Lisete, aquela cabra, e sabia que se penetrasse esta seria a Lisete que penetraria, a cabra que conhecera também num café e tinha os mesmos olhos doces mas que não eram doces, ele é que os via assim e uma noite depois do café fechar ele deu-lhe, ou queria dar-lhe, porque ela nem o deixou mexer-se com a pressa que tinha de sexo, a cabra, e agarrou-o por um braço e encostou-o ao balcão e a mão foi directa ao manípulo, o dele, não o da máquina de café, e ele duro e ela a despir as cuecas a dizer-lhe penetra-me e ele a baixar as calças à pressa e ela a dizer «penetra-me» e ele a já a tinha penetrado e ela «penetra-me» e ele já no orgasmo e ela impaciente a baixar-se e ele ali nu diante dela e ela a rir, a cabra, a rir dele e do sexo dele... «Um dia entro quando não estiver ninguém e violo esta gaja como fiz com a Lisete», pensou..."

02 fevereiro 2008

Pedras, para que vos quero!

Lembram-se de termos falado aqui, quando o OrCa nos convidou para um memorável passeio a Miranda do Douro, do 69 mirandês?


Pois recentemente encontrei esta imagem de San Cipriano de Bolmir, na Cantabria:


E no Reino Unido, terra dos «Sheela Na Gig» (representações em pedra, que se encontram em muitas igrejas medievais, de uma mulher que afasta os lábios da sua vulva e se expõe aos... paroquianos), estas figuras são de uma grande variedade e riqueza.


Página entesantíssima (sim, sim, eu disse interessantíssima) sobre este tema: The Sheela Na Gig Project.
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Charlie: "Da linguagem quase perdida e imortalizada nas pedras há muita coisa a aprender e estudar. Por toda a Europa se encontram figuras rondando, sempre de forma grotesca, este tema.
A sua leitura, que num ambiente de quase total analfabetismo, era transversal a todos os estratos sociais dessas épocas e ter-se-á perdido com o passar dos tempos.
Dou por mim a imaginar todo o ambiente que se viveria nos estaleiros onde, às mãos de mestres e aprendizes, as peças eram cinzeladas e aparelhadas de forma a imortalizarem-se das mudas pedras que esperaram uma eternidade para se perpetuarem em mensagem.
O que é que as pedras querem dizer de verdade?
Não a sua mensagem directa, mas a outra.
Essa que sentimos quando olhamos interrogativos e, quantas vezes, perplexos para elas.
Elas dizem sempre muito mais do que estão a dizer-nos.
Talvez o que queriam dizer é o que elas calam e que ao calar acordem, na luz da noite, o nosso subconsciente colectivo.
Um farol à vista mas oculto entre o mar."


OrCa: "Pois, se me arranjas uma gaita de foles e um tamborileiro em fundo, sempre te digo que

se a nossa carne é fraca
se qualquer brisa a demove
dificilmente se ataca
de pedra um sessenta e nove

e quando a vulva se avulta
lábios ao céu apartados
de pedra essa carne exulta
faz-nos sentir acordados

e quem julga os medievos
tristonhos até não mais
baralha tempos coevos
qu'eles sabiam-na, carais!

E ainda...

se numa igreja medieva
cona se abre ao paroquiano
bem haja a pródiga Eva
assim se dando sem dano"

RicaPrima: "Eu, que sou pedra, agradeço-vos tanto amor, tanta emoção, tanta vibraSão! Bem hajam, Orca y Charlie! "

01 março 2007

Experimentar... condecorado pelo Charlie

Foto de Samantha Wolov

Não sabia quantas vezes já o teria feito com ele... Centenas? Teriam já chegado ao milhar?
Fazendo contas por alto, e em termos médios, teriam sido, pelo menos, 520 e, no máximo, 1040, as vezes que o tinha lambido e chupado e quase engolido, mesmo até ao fim, até sentir o néctar que lhe saía das entranhas, quente e em golfadas.
Porque seria, então, que cada vez que lho fazia, lhe sabia a diferente e sempre magnífico?
Conhecia-o bem, e às suas reacções. E à primeira pensadela, julgaria que não há gestos e formas ilimitadas de fazer as coisas. Não se diz que as práticas — sexuais, no caso — tendem a tornar-se iguais, mecânicas, feitas sem paixão, quando não varia a parceria?
No entanto, porque é que lhe parecia não ser capaz de lhe fazer um broche igual ao anterior e minimamente parecido com o que viria a seguir? Porque é que lhe apetecia sempre descobrir novas sensações na língua, nos lábios, no interior da bochecha e na garganta, de cada vez que se lhe oferecia a oportunidade de saborear pedaços, que trazia até à boca, em geral pela mão, daquele prato delicioso?

____________
O Charlie elevou este post ao estatuto de condecorado, ao lá colocar esta pérola:

"É claro que as senhoras, dedicadas artífices na mui nobel arte de decorar os peitos de músculos salientes com esses epígonos consubstanciados pela colocação desses magníficos e belos alfinetes, deverão no mínimo perguntar como se sentem os felizes presenteados com tal lembrança.
E bem sei, na minha condição de recorrente contemplado, que é difícil escolher qual o melhor, entre uma profusão de ofertas de qualidade e desempenho ímpares...
Ai... ai... a escolha é embaraçosa...
Nada como um homem pedir para repetir uma e outra vez, tomar apontamentos e reunir depois consigo mesmo em júri e atribuir depois primazia de ser exibida em lugar de destaque junto à gravata.
Também já imaginei a colocação de umas varinhas de madeira para prolongar o casaco do fato e fazer como os Generais de 158 estrelas, exibindo assim todos os alfinetes que de outra forma dificilmente caberiam no peito. E poder dizer finalmente, alto e bom som:
- Sim! Este é, (ou são) o(s) melhor(es) broche(s) que me fizeram! -"

22 junho 2009

SexEaToys

Sexo e comida - a mistura perfeita.



"Gastronomia e sexo são prazeres incontestáveis…
O designer francês
Charlie Nghiem resolveu misturar utensílios domésticos com o prazer sexual. Com desenhos e formas sugestivas para cada objecto, a arte de Charlie aumenta a excitação, o desejo e a criatividade. Tem formas elegantes que insinuam práticas, costumes e actos sexuais."

03 fevereiro 2008

Memórias dum aluno.

por Charlie

Ficara estabelecido desde o primeiro instante, em acordo surdo que as semanas subsequentes ratificariam, a profunda antipatia que entre nós selaria para todo o sempre o tom do nosso relacionamento.
Na verdade não gostara dela ao primeiro sinal tal como ela, sem qualquer rebuço, me fizera sentir que entre a massa amorfa daquele conjunto de alunos, eu seria para ela, e por uma questão de isenção profissional, apenas um entre esses outros números a mais que constariam das listas no final dos períodos lectivos.
E aquilo que fora, nos primeiros minutos da primeira aula, uma acre impressão, - que passara a tónica após as duas frases que trocáramos- evoluiu para a hostilidade declarada quando no primeiro teste me deparei com a nota classificativa: apenas o antigo e inenarrável “medíocre mais”. Uma nota que além de ser nitidamente injusta por comparação com os testes dos meus colegas de turma, me soubera ao horror dum náufrago enleado nos cordames, preso e arrastado aos destroços: tinha a certeza que por mais esforços que fizesse morreria afogado a poucos centímetros da superfície salvadora do “Suficiente”.
Repetiram-se as provas, e repetiu-se a classificação. O primeiro período lectivo marcado na pauta pela nódoa duma e única negativa de valor igual àquele com que ela me pontuava nos testes. Descobri que ela nem os lia, aquí e ali punha a eito uns traços a vermelho a justificar o costumeiro “ mediocre mais”.

Foi então que um rasgo da fortuna, um momento que o Destino guarda como oportunidade a não repetir, se abriu por um instante.
Nesse dia, seguindo eu já atrasado, dei com ela a entrar para a sala de aulas. Mais uns segundos e teria a implacável marcação de falta. Nos bicos dos pés, fazendo-me invisível junto à parede e quase sem ruído, saltei os últimos metros antes que a porta se fechasse. Bastaria esgueirar-me por entre a primeira fila de carteiras e sentar-me em silêncio. Foi então que reparei no envelope que lhe caíra dos livros que ela transportava. Abaixei-me, apanhei-o e deslizei para o meu lugar. Estava preso duma terrível curiosidade, receoso de ser descoberto mas de tal forma excitado que não resisti. Disfarçando o nervosismo e muito discretamente para que ninguém notasse, retirei a carta do envelope já aberto e li o seu conteúdo. Um enorme sorriso me encheu por dentro, tão intenso que sem o mostrar nos lábios, temi que me traísse no resplandecer do olhar.
Reparei como o envelope não tinha nada a ver com o conteúdo e que apenas servira de invólucro pontual. No fim desse dia de aulas, já em casa, li e reli a carta guardando-a depois em sítio seguro.
E foi com a segurança na voz que no dia seguinte e ainda no corredor e em particular lhe disse:
- Professora?!... A Gisela manda-lhe um beijinho...- Ficou a fitar-me estupefacta e ruborizada. Continuei: - Já agora, sei que o seu marido é filatelista e tenho aqui uma coisa que ele gostaria de ter.- Acto contínuo tirei da minha pasta o envelope vazio que lhe entreguei. - É só descolar o selo... é lindo e ele irá gostar...-
Apenas uma única frase foi trocada meses depois entre nós. Sem que tivesse havido mudança de atitudes, passei esse ano lectivo com a pauta abrilhantada pelo “bom mais” depois de lhe ter dito no final do segundo período, e novamente em privado, que a nota “bom menos” não me agradara de sobre maneira.

A carta que ainda guardo como triunfo atípico duma época bem distante dos tempos actuais, valeu-me além da nota final, o gozo dumas boas punhetas tocadas às extensas das elucubrações lésbicas cuja leitura ainda hoje me serve de inspiração para alguns textos que vos confidencio neste espaço....


Charlie

28 janeiro 2008

A Santíssima Trindade

por Charlie

Devagarinho, quase sem fazer ruído, abriu as persianas da janela do quarto. A luz intensa do dia já bem desperto encheu o espaço e na cama um olhar estremunhado olhou sem ainda ver enquanto, por entre bocejos, a pergunta dominical soou:
- Que horas são?...-
Uma sensação de rotina amargou-a apenas no instante de engolir. Sorriu para ele e respondeu-lhe com um “bom dia amor”. Depois voltou a sorrir-lhe e disse:
- Levanta-te um pouco, ajeita-te, senta-te na cama que tenho uma surpresa.- Rodou o corpo e pegou no tabuleiro do pequeno almoço que tinha ficado fora do alcance visual do marido. Um enorme sorriso ligou-os enquanto ele já bem desperto aceitou o tabuleiro que pousou sobre o cobertor que lhe cobria as pernas. Olhou com satisfação como ele sorveu o chá quase a escaldar e apaladou os sentidos com a torrada quente barrada com manteiga. Apesar dos anos, da rotina e dos desencantos da vida, amava aquele homem, sentia-se bem com ele, da sua forma doce de ser, da sua dedicação e companhia.

Saiu dizendo-lhe ainda que iria demorar-se . Depois da missa teria de tratar duns assuntos e viria já tarde. Que ficasse deitado a descansar, disse à laia de despedida.
Chegou e ajoelhou-se encetando uma oração que interrompeu quase de imediato com o surgimento do padre. Mirou-a e instintivamente dirigiu-se ao confessionário. Sempre que ela estava na igreja ele já sabia ao que vinha.
Em voz baixa, ajoelhada sobre a almofada disse de si . Não de forma directa, mas em metáforas e rodeios que só ela entendia. Ela sabia que uma mulher deve ter no mínimo três homens na vida. Um a quem amasse, outro com quem gostasse de foder e finalmente, ou talvez principalmente, o que lhe pagasse as contas. Mas entre isso que era o seu lema de vida e a sensação de pecado entranhada na pele, como maldição perpetuada pela educação, só poderia haver o ajuste de contas entre ela e Deus.
Esperou que o padre a sentenciasse e absolvesse, ministro do altíssimo, mas homem. Olhou para ele. Que relação passaria a ter com ela se lhe dissesse tudo em palavras directas? Que olhares lhe deitaria e que outras frases sairiam da sua boca de prelado? Fosse como fosse, jamais foderia com ele, jamais toleraria sequer a aproximação de toque de mãos nas mãos, tão típicas das abordagens dos eclesiásticos. As mãos, essa espécie de sonda com que os corpos se descobrem mutuamente precedidos da nudez do olhar; o princípio da entrega...

Saiu pegando no telemóvel. Um modelo topo de gama oferecido pelo patrão, assim como a mala e a joía que adornava o decote. Rapidamente voltou-se fazendo o sinal da cruz.
- Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo... - A Santíssima Trindade, o mistério e dogma incompreensível de como sendo três era um só... Tal como os desígnios profundos que a moviam em relação aos homens que lhe preenchiam a vida. Haveria algures mulheres com a sorte de terem um homem com as três valências, mas isso seriam as bafejadas pela sorte dos que acertam num primeiro prémio que nunca sai a ninguém e vai acumulando jackpots sucessivos.
Suspirou, e marcou o número.
- Sim, querido... sim, vou estar contigo...
Sorriu mordendo o lábio inferior.
Gostava mesmo de foder com ele...

Charlie

28 abril 2010

Diálogos maduros...

Por Charlie

... o que é feito dessa jovem maravilhosa?...

Olhando vagamente para a linha-mar do horizonte emoldurado pela vegetação típica daquelas ilhas e que os abastados do mundo tinham transformado nos resorts para onde transportavam durante uns dias os tiques do modo de vida do qual pretendiam descansar, moveu as excrescências adiposas e voltou-se para a companheira.
Mesmo junto a eles tinham acabado de passar duas estampas de mulher. Lindas e jovens, de corpos a desafiar a mente em lances sucessivos de poesia, vinham ajeitando os bikinis ao mesmo tempo que sacudiam os incómodos grãos de areia. Um apetite, pensou deliciado mordendo o que restava da sandes.
Rodou lentamente a bebida de enfeites ridículos e incaracterísticos que os seus dedos gordos seguravam, sorveu lentamente pela palinha multicolor, e enquanto seguia as linhas sinuosas dos movimentos de ancas deixou escapar:
- Lembras-te como começámos?-
Ela mirou-o por detrás dos óculos de sol que lhe cobriam totalmente os olhos. Sem dizer palavra imitou o gesto e deu um golo também na sua bebida.
- Se me lembro...-
E fechou-se de novo no seu silêncio, olhando por trás do conforto anónimo das lentes escuras que lhe permitiam, cómoda e despudoradamente, olhar para onde muito bem lhe apetecesse.
- Éramos então tão jovens...Acho que tu nem tinhas ainda feito os dezoito.
- Já tinha dezoito. – Interrompeu ela.
- Pois. Mas terias talvez mesmo acabado de fazê-los...-
- Enganas-te, que uma semana depois de nos termos juntado fiz os dezanove.
- Bem, isso pouco ou nada interessa. - acrescentou ele à pressa e já visivelmente agastado – A verdade é que éramos tão jovens, tão pobres mas tão cheios de sonhos e crentes no futuro... Lembras-te da nossa primeira casa? Um terceiro andar na parte antiga, o chão a cheirar a tábuas velhas... E os alguidares, baldes e latas que púnhamos por toda a parte quando chovia?
- Sim, lembro-me. – respondeu novamente em tom vago enquanto voltava a atenção de forma explícita para um belo exemplar macho que a poucos metros passeava os seus bíceps junto à mansidão cálida das águas turquesas.
Uma pausa sobreveio levando os olhares a divagar pelos areais, pelas águas, pelos corpos expostos, pelos pensamentos.
- De alguma maneira tenho saudades desses tempos, da paixão que nos consumia, da entrega genuína em sessões infinitas de amor. - Recomeçou fazendo uma curta pausa.
- Agora... - continuou - temos uma mansão enorme, carros de alta cilindrada nas garagens, casa de praia e de campo... A vida sorriu-nos, viajamos várias vezes ao ano, fizemos fortuna, mas por vezes... Sabes? Por vezes sinto a nostalgia da juventude e simplicidade desses tempos...-
Ela escutara em silêncio. Ajeitando a alça do fato de banho, olhou para ele, fez a linha do olhar passar por cima das lentes escuras e parou fixamente nos olhos do seu companheiro.
- Escuta, se tens saudades desses tempos é fácil. Pegas numas destas jovens de dezanove anos que passaram aqui agora mesmo, e que armado em basbaque tu ainda não paraste de mirar, e os meus advogados põem-te num ápice de novo e cheio de sonhos num terceiro andar com goteiras a morar com ela...
Num compasso de espera antes da réplica ficou a mirá-la, às marcas que o tempo acrescentara na pele a anos de exageros trazidos pela abundância.
- Lá estás tu com o mau feitio do costume. Porra! Diz-me lá o que é feito da jovem maravilhosa que conheci nessa altura? Fico a pensar o que é feito dela quando me ponho a olhar para ti...
- Querido... Não sabes o que é feito dela, dessa jovem que conheceste? Não sabes? Pois olha-me para essa tua enorme barriga... Está toda aí. Comêste-la! –

23 março 2009

Força na verga, senhor Francisco Agostinho!

No passado sábado, o «Expresso» publicou um artigo sobre a louça malandra das Caldas, com destaque para o senhor Francisco Agostinho, cuja oficina visitámos no 10º Encontra-a-Funda. Na altura, cantámos-lhe um fado da autoria do Charlie, que posteriormente foi ilustrado pelo Raim: «a lenda oculta das Caldas e o Chico das Piças». Oferecemos-lhe ainda um desenho emoldurado feito pelo mestre Raim.
O título da notícia é «o fim da louça malandra». Espero que se enganem, caralho!


O recorte da notícia está aqui.
Entretanto, houve um detalhe lá que chamou especial atenção (bem hajas, Charlie):

Quem será aquele "coleccionador de Coimbra"?!

13 agosto 2007

CISTERNA da Gotinha



Oferta mamária ao Charlie e a outros interessados.

A actriz portuguesa
Paula Neves na GQ.

Livro picante é reeditado 93 anos depois:
«Folclore pornográfico da Figueira da Foz». A São Rosas vai entrar em despesas.

Sexo em Saldo: a crise até já se reflecte nesta indústria.

Esta mala giríssima deveria chamar-se "São Rosas". Neste Blog fazem-se peças absolutamente apaixonantes em feltro. Façam uma visita e digam que vão da minha parte porque eu vou encomendar uma mala e pode ser que a Mariela me faça um desconto simpático (... cof... cof...) com toda esta publicidade e elogios.

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O Charlie ode às ofertas mamárias:
"Oh Gotinha de Mel
que me fazes os desejos do corpo
arder em brasas de fel...
Como gosto dumas belas mamocas.
Afundar a boca, os lábios e o ser
e perder-me até já não saber
onde o Norte fica,
nem o Sul, nem as outras...

Obrigado e nunca te doam as mamas, digo as mãos..."